Jardim de Ervas




Por: Rose M. Aielo Blanco

Cresce cada vez mais o interesse pelo cultivo e uso de ervas aromáticas e medicinais. Hobby ou terapia de relaxamento para alguns, fonte de renda para outros, a verdade é que muitas pessoas estão descobrindo inúmeras vantagens no cultivo de um jardim de ervas, começando pela facilidade: elas se desenvolvem bem em pouco espaço, até em vasos na varanda de um apartamento.

Medicinais, ornamentais, cosméticas ou um temperinho especial, as ervas, em sua maioria, são fáceis de cultivar e podem se transformar até num bom negócio.

O cultivo e a forma de utilização das ervas com finalidades terapêuticas, entretanto, se revestem de uma responsabilidade muito maior do que para finalidades ornamentais. “Cada vegetal, em essência, deve ser alimento e medicamento. A distinção entre as substâncias alimentícias, medicamentosas e tóxicas existe somente em relação à dose em que são empregadas e para que finalidade são empregadas. A questão se reduz a um oportunismo científico, que somente a observação pode aconselhar".  A  afirmação é de René Morgan em  seu livro “Enciclopédia das Ervas e Plantas Medicinais". Há tantos “segredos e mistérios” no cultivo, colheita e uso das ervas, que o assunto renderia livros e mais livros. A colheita, por exemplo, segundo René Morgan, tem algumas regras:

* as plantas das quais utilizamos as folhas devem ser colhidas antes da floração;

* quando usamos as flores ou sumidades floridas, recomenda-se coletá-las no início da floração, as flores devem ser coletadas quando ainda são jovens, antes de desabrocharem;

* se os frutos forem as partes utilizadas, devem ser colhidos no início da sua maturação;

* no caso das raízes, é preciso extraí-las no começo do inverno - quando o talo murcha, ou no começo da primavera - antes que tenha rebrotado;

* a hora da coleta também é importante, pois as plantas são particularmente ricas em suco pela manhã e as raízes à noite.

Boas para o cabelo,  estômago, para os nervos.... e também na panela

O conhecimento dos poderes das plantas não é recente. Ao contrário, ele foi se perdendo com o passar dos anos e com o avanço dos produtos industrializados. Não se trata de defender uma “volta ao passado” , mas sim de resgatar todo esse conhecimento e aplicá-lo com sabedoria e equilíbrio. Há plantas que apresentam princípios com múltiplas finalidades: cosméticas, medicinais e calmantes, tudo na mesma planta. A alfazema ou lavanda (Lavandula officinalis), por exemplo, fornece um óleo essencial com várias propriedades, usado em perfumaria, em uso local como anti-séptico e como calmante, liberado na forma de chás.

Há quem já se especializou em cultivar ervas para temperos, tanto para uso próprio, como para venda. As ervas condimentares são responsáveis pelo toque especial que dá identidade à maioria dos pratos típicos de cada país. Quem ainda não foi “seduzido” pelo manjericão e orégano tão usados na pizzas e massas italianas; ou pelo alecrim da comida francesa?  Vantagens de ter ervas e temperos no jardim é que não faltam: estão sempre à mão na hora em que mais se precisa deles e, frescos, mantém mais suas propriedades e nutrientes se comparados aos produtos secos ou processados. Isso sem falar da garantia de estarem livres de agrotóxicos, pesticidas e produtos químicos.

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