A história da baunilha começou a ser registrada na Europa a partir da descoberta da América, quando os espanhóis tiveram contato com os povos pré-colombianos e se surpreenderam com seu adiantado grau de civilização.
Observando os costumes desses habitantes, os espanhóis notaram que na preparação do xocolatl (chocolate), era adicionada determinada espécie de fava aromática que gerava um aroma muito agradável. Essas favas tinham também um uso bem variado na culinária e na elaboração de cosméticos primitivos, usados em ocasiões especiais e em certos rituais religiosos. Os espanhóis viram que as favas eram cápsulas colhidas em determinado ponto de maturação da orquídea Vanilla planifolia, planta nativa e abundante nas florestas do México.
Verificando as primeiras referências literárias do século XVI sobre os costumes astecas, é possível notar a presença do uso do “tlilxochitl” (flor preta) como um dos aromatizantes adicionados à bebida xocolatl, que era feita a partir do cacau. A tal “flor preta” era como os Totonacs chamavam o fruto da Vanilla, porque depois de seco eles apresentam uma tonalidade muito escura ou preta.
A baunilha é uma planta herbácea, perene e trepadeira. Pertence a família Orchidaceae e ao gênero Vanilla. As espécies que compõem o gênero são originárias do sudeste do México, da Guatemala e outras regiões das Américas Central e do Sul.
A baunilha é uma planta trepadeira, com caules cilíndricos e coloração verde, que usa como apoio suas raízes adventícias de comprimento variável. Estes órgãos de fixação são chamados de caulinares por aderirem aos troncos e galhos das árvores, mantando a sustentação da planta. Por suas características de crescimento, todas as espécies precisam de um suporte onde o caule possa se prender, a exemplo do que ocorre na natureza. Quando elevadas, elas deixam seus ramos pendentes e assim produzem suas flores em cachos.
As folhas são ovais, alternadas e lanceoladas, com sulcos no sentido vertical de coloração verde mais escuro, com pecíolo curto e levemente suculento. Conforme a espécie, medem de 15 a 24 centímetros de comprimento e 3 a 4 centímetros de largura.
A baunilha...
A baunilha apresenta em sua composição os ácidos acéticos, ácidos vanilil etílico, açúcares, álcool etílico, ceras, cinamato, eugenol, fermentos, furfurol, gorduras, mucilagens, resinas, taninos e a vanilina - substância química que dá o aroma da baunilha. A vanilina é um dos compostos aromáticos mais apreciados no mundo e um importante flavorizante para alimentos, bebidas, além de ser usada também na perfumaria e em produtos farmacêuticos.
Cultivo
A baunilha deve ser cultivada à meia-sombra. Necessita de luminosidade moderada, umidade constante e boa nutrição. A rega deve ser regularmente mantida durante o ano todo, não havendo período de repouso marcado. Em razão de seu hábito de trepadeira, precisa de espaço para crescer e um suporte para se prender.
Planta tipicamente de clima tropical quente e úmido, cresce bem em regiões que apresentam temperatura média superior à 21ºC. Recomenda-se solo fresco, solto, profundo e rico em matéria orgânica.
A propagação é feita por meio do enraizamento de estacas. É recomendado o plantio diretamente em local definitivo, mantendo ao lado algum tutor para que a planta possa se fixar ao longo de seu crescimento.
A melhor adubação para a baunilha é aquela feita com matéria orgânica em cobertura.
Curiosidade
A fama da baunilha como afrodisíaco se espalhou por diversos países onde ela foi introduzida. Na Europa do início do século XVIII, era costume aconselhar os jovens maridos a tomarem bebidas preparadas com a Vanilla. Dizem que Madame Pompadour, amante de Napoleão, utilizava intensamente a baunilha com finalidades secretas. Até o final do século XVI, a Vanilla integrava a farmacopeia europeia e era utilizada para tratar febres, histeria, melancolia e outros males, em razão de suas propriedades diuréticas, afrodisíacas, antipiréticas, calmantes e purificadoras.
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