Aprenda a cultivar bulbos
Amarilis - planta bulbosa
Por: Rose Aielo Blanco*
Elas podem viver durante muitos e muitos anos.
Algumas hibernam em determinada época para, em seguida,
repetir o milagre anual da floração.
Algumas hibernam em determinada época para, em seguida,
repetir o milagre anual da floração.
Elas são as plantas com bulbos. Aprenda a cultivá-las!
O bom de cultivar plantas com bulbos é que elas são surpreendentes. Brotam rapidamente, precisam de poucos cuidados e, quando menos se espera, surge uma floração belíssima. Algumas delas são até perfumadas!
Existem espécies de plantas com bulbos adequadas a quase todos os climas e com possibilidade de plantio em todas as estações do ano. Sabendo escolher as espéceis certas para a sua região e para cada estação, você poderá ter um jardim florido e colorido o ano inteiro.
E o que são plantas com bulbos? Numa definição rápida, podemos dizer que são plantas que possuem reservas nutricionais para a sua sobrevivência em condições desfavoráveis ao seu desenvolvimento, como falta de água e baixas temperaturas. Estas reservas ficam numa estrutura que são caules modificados e adaptados para acumular nutrientes. Estes caules podem se apresentar de várias formas ou tipos: bulbos, cormos, tubérculos e rizomas. Para saber a diferença entre eles e mais detalhes, veja o post Bulbos, rizomas, tubérculos e cormos: qual a diferença?
A reserva de nutrientes é muito importante para estas plantas, pois é isso que vai garantir o impulso inicial para o seu desenvolvimento no próximo ciclo. Os bulbos têm tanta capacidade de acumular nutrientes, que podem florir até mesmo se forem esquecidos numa prateleira!
Outra coisa muito gratificante sobre estas plantas tão especiais: dificilmente ficamos sem elas, pois antes de terminarem seu ciclo, elas geralmente deixam “filhotes” para dar prosseguimento à sua história.
Existem plantas de bulbos com folhas perenes, ou seja, elas conservam suas folhas, mesmo sem flores, e também as chamadas “caducas”, que (após a floração, a planta perde as folhas, ficando apenas o bulbo sob o solo. Estas espécies são chamadas de plantas anuais.
Bem, depois de toda essa introdução, então mãos à obra! Vamos aprender a cultivar bulbos (ou cormos, rizomas e tubérculos...):
Escolhendo as espécies...
Muitas vezes somos traídos pelos nossos desejos, por isso, na hora de escolher as espécies prefira as que são adequadas para o clima da sua região e para o local do plantio. Assim, você evita decepções e prejuízos. Existem espécies de plantas com bulbos para as mais variadas regiões, desde aquelas com clima frio até as mais quentes. Informe-se e pesquise bastante antes de comprar.
Comprou? Saiba armazenar...
Depois da compra, se não puder plantar o bulbo imediatamente, armazene-o em local seco, fresco e arejado. Uma boa dica é colocar os bulbos numa bandeja forrada com areia ou com papel limpo e seco, mantendo-os separados uns dos outros. Para não perder a noção, cole próximo a cada um deles uma etiqueta indicando a sua espécie e também a data da compra. A circulação de ar é muito importante para evitar o apodrecimento e para prevenir doenças, mas é sempre bom evitar locais com fortes correntes de ar, especialmente frio.
Chegou a hora de plantar em canteiros...
Sem precipitações. Se for fazer o plantio em canteiros, evite após dias seguidos de chuva, quando o solo está muito molhado. Nesse caso, espere alguns dias até que a terra fique menos encharcada.
A boa drenagem é condição fundamental para o sucesso no plantio de bulbos, pois evita o surgimento de fungos. Se o solo for muito argiloso, coloque uma camada de mais ou menos 2 cm de areia grossa no fundo da cova.
Por outro lado, um solo muito seco dificulta a floração dos bulbos. Neste caso, incorporar um pouco de composto orgânico à terra ajuda a garantir a umidade necessária.
Chegou a hora de plantar em vasos...
Novamente é preciso lembrar que uma boa drenagem é fundamental. Os vasos devem ter furos de drenagem no fundo. Se não forem suficientes, aumente seu tamanho ou quantidade.
Quanto à mistura de solo recomendada para vasos, é só prepará-la de acordo com as necessidades da espécie a ser plantada.
O X da questão: profundidade de plantio...
Existe uma regra básica orientando que os bulbos devem ser plantados com uma profundidade equivalente entre 3 a 5 vezes o seu tamanho. Mas é fato que a profundidade de plantio pode realmente afetar a floração dos bulbos. Se eles forem plantados muito profundos, podem perder energia até chegarem na superfície do solo e o resultado é que as flores podem até nem aparecer. Por outro lado, se forem plantados muito rasos, podem sofrer com a ação do sol, do vento e da chuva.
A regra básica é válida, mas é possível também se orientar pelas recomendações ideais para cada espécie. Veja só:
A regra básica é válida, mas é possível também se orientar pelas recomendações ideais para cada espécie. Veja só:
Nome Científico | Nome Popular | Profundidade |
Agapanthus africanus L. | Agapanthus | 2,5 a 3 cm |
Hippeastrum hybridum | Amaryllis | Até a borda do bulbo |
Polianthes tuberosa | Angélica | 5 a 7 cm |
Canna indica | Canna ou Biri | 5 a 7 cm |
Dahlia sp | Dália | 7 a 10 cm |
Freesia sp | Frésia | 5 a 7 cm |
Gladiolos sp | Gladíolo | 7 a 10 cm |
Heliconia rostrata | Heliconia Rostrata | 10 cm |
Hemerocallis | Hemerocallis | Até a borda do bulbo |
Lilium longiflorum | Lírio | 10 a 15 cm |
Narcissus poeticus | Narciso | 5 a 7 cm |
Cuidados após o plantio...
Para ter um crescimento saudável, os bulbos precisam de umidade adequada o ano todo. O solo deve ser regado de 2 a 3 vezes por semana. É claro que nos períodos muito quentes e secos, as regas devem ser mais regulares.
Muita gente prefere cortar as folhagens das plantas de bulbo assim que termina a floração, porque acham que vão perder a energia. Mas isso não é recomendável. Os bulbos obtém suas reservas de alimento justamente absorvendo a energia solar por meio do processo de fotossíntese de sua folhagem. Assim, o ideal é deixar que as folhas murchem, fiquem amarelas e somente depois disso devemos cortá-las. Outra dica: não descarte os bulbos que se formam ao redor dos maiores. Plante-os em local separado e terá belos “filhotes” de seus exemplares.
Para conhecer ou comprar algumas das espécies mais conhecidas, clique nas fotos abaixo:
*Rose Aielo Blanco* é jornalista, escritora e editora do www.jardimdeflores.com.br
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